Desemprego X Economia: "O pior já passou", diz presidente do Corecon

09/03/2017

O Presidente do Conselho Regional de Economia, Evaldo Silva, participou nesta quinta-feira (02/03), de um bate papo sobre temas que interessam a todas as esferas da sociedade e do poder público: o mercado de trabalho e a economia atual. A entrevista foi na Rádio Jovem Pan 93.3, com os jornalistas Onofre Riberio, Paulo Sá e com o analista político João Edisom.

“É necessário fazer uma análise macroeconômica do cenário atual e sobre a crise que tanto se fala podemos afirmar algo: o pior já passou. Paramos de cair”, disse o presidente do Corecon, fazendo um contraponto sobre as particularidades do sistema econômico de Mato Grosso com o restante do país. Durante a entrevista, Evaldo falou sobre o mercado de trabalho e a relação com o número de empresas fechadas no último ano no Estado, mais de 3.300. “Não tem como a gente falar de emprego, sem levar em conta a situação dos empresários, que são os empregadores”, disse.

O jornalista Paulo Sá questionou sobre a reação do mercado no que diz respeito a abertura de novos postos de trabalho e sobre isso, o presidente do Corecon fez uma ponderação importante. “Temos que entender que o mundo evolui, e o mercado de trabalho vai junto, com novas tecnologias. Algumas funções tendem a ir desaparecendo, ou sendo substituídas por outras que demandem menos funcionários para realizar determinadas tarefas. Para isso, é necessário que esse funcionário se atualize, busque novos conhecimentos, e nada mais primordial para que isso aconteça, do que investimento em educação”, argumentou.

A conversa entre os jornalistas rendeu uma boa reflexão para os ouvintes: entender o papel do poder público no que diz respeito a investimentos em educação, para que de fato, se crie uma nova cultura de emprego, onde a mão de obra qualificada ganha espaço e é benéfica não só para o trabalhador, mas também para a empresa que o contrata, que passa a ter mais produtividade e eficiência, e ainda para o poder público, que é o grande arrecadador de impostos sobre essa produção.

O analista político João Edisom, perguntou qual a relação entre recuperação da economia, e recuperação de empregos, levando em consideração que Mato Grosso encerrou o ano de 2016 com 158 mil pessoas em situação de desemprego, segundo apontou a Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (PNAD Contínua). Ainda segundo a pesquisa, o número de desempregados apontados pelo IBGE é 72,6% maior do que o mesmo período em 2015, quando 91 mil pessoas estavam desocupadas no estado.

Sobre esse questionamento, o presidente do Corecon respondeu fazendo um contraponto explicando que, antes de se discutir economia e mercado de trabalho, é preciso primeiro enfatizar a necessidade de que o governo seja mais inclusivo com a classe produtiva do Estado, na hora de discutir leis que envolvam diretamente a atividade empresarial. “Hoje, vemos o Paraguai, por exemplo, que é o nosso vizinho, passando à nossa frente, com uma política que atrai investidores. Vemos empresas fechando aqui para abri lá, e sendo assim, é impossível debater o nosso mercado aqui, sem que a política tributária em Mato Grosso contemple a classe produtiva reguonal”.
O fato do cuiabano não ter por prática, em sua maioria, poupar dinheiro para investir, a alternativa mais evidente para o comércio, indústria e agronegócio, é atrair investimentos de fora. “A economia vai começar a caminhar com mais ritmo quando o poder público construir, junto com a classe produtiva, leis que tenham um modelo atrativo para o capital estrangeiro, sem deixar de contemplar a competitividade com as empresas locais. Dessa maneira, as empresas se fortalecerão, e as contratações voltarão a aquecer o mercado”, finalizou Evaldo.