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04/11/2016

O Brasil escorregou mais no ranking de ambiente de negócios elaborado pelo Banco Mundial, o "Doing Business". É uma notícia decepcionante, mas não chega a surpreender dado o acúmulo de problemas que o país vem enfrentando após dois anos de recessão e virtual paralisação dos investimentos em infraestrutura.
 
Os maiores recuos do Brasil foram em obtenção de eletricidade, resolução de casos de insolvência e crédito. O Brasil caiu nada menos do que oito posições no ranking de disponibilidade de energia elétrica, ainda como reflexo dos problemas originados pela crise hídrica, agravada pelas distorções criadas pela medida tomada pela ex-presidente Dilma Rousseff em 2012, que pretendia reduzir os custos para consumidor, mas desorganizou profundamente o sistema elétrico e acabou resultando em um tarifaço de cerca de 50% no ano passado.
 
O Brasil também perdeu terreno em proteção aos investidores minoritários, que recuou dois postos no ranking, certamente por influência da série de notícias negativas de companhias de capital aberto envolvidas nos escândalos da Operação Lava-Jato. Para abrir um negócio, gastam-se 79,5 dias no Brasil em comparação com um dia no líder do ranking, a Nova Zelândia, ou 5,6 dias nos EUA.
 
Do lado positivo, o Brasil apresentou avanços na execução de contratos, no registro de propriedade e no comércio internacional, com o portal único de comércio exterior. O "Doing Business" não leva em consideração, mas, nessa linha, é preciso atentar que o registro de uma marca pode levar de dois a três anos; e o de uma patente chega a 10 anos. Até hoje não tiveram patente concedida modelos antigos de celular que nem estão mais em uso.
 
O Brasil também perdeu terreno em proteção aos investidores minoritários, que recuou dois postos no ranking, certamente por influência da série de notícias negativas de companhias de capital aberto envolvidas nos escândalos da Operação Lava-Jato. Para abrir um negócio, gastam-se 79,5 dias no Brasil em comparação com um dia no líder do ranking, a No
 
Igualmente vexatório é o avanço de economias menores e de países com os quais o país compete no mercado internacional. O Brasil aparece pior colocado do que seus principais parceiros comerciais na América Latina, como o México (47º), Colômbia (53º), Peru (54º), Chile (57º), Uruguai (90º), Paraguai (106º) e Argentina (116º). Entre os Brics, só fica na 40ª, seguida de África do Sul (74ª) e China (78ª).

Fonte: Valor