Fernando Tadeu: “A situação é delicada, pois envolve a saúde das pessoas, o bem estar social e a vida”

18/04/2020

O economista e vice-presidente do Conselho Regional de Economia (Corecon-MT) Fernando Tadeu de Miranda Borges, prevê que a situação econômica enfrentada pelas empresas, acerca da pandemia do novo coronavírus, é delicada, pois envolve a saúde das pessoas, o bem estar social e a vida. Segundo Fernando, o momento requer atenção especial de todos (estados, municípios, famílias, empresas).


“Este episódio mostra que o mundo encontra-se globalizado, que muitas fronteiras foram transpostas e que as relações exteriores continuarão sendo a chave da abertura de novos caminhos para os países, e que a herança portuguesa do diálogo, bastante presente na diplomacia brasileira, fortalecerá as conquistas”, reforçou Fernando durante entrevista ao Notícia Max.

 

Ainda segundo o economista, Mato Grosso encontra-se em alerta devido a pandemia do Covid-19, mas é difícil prever uma data de colapso na economia mato-grossense, uma vez que foram estabelecidas medidas que visam controlar a propagação do vírus.

 

Notícia Max - Até o momento a economia do Estado encontra-se estável. Qual a previsão para estourar?

Fernando Tadeu - Cabe observar que, pelo fato de ações com o Governo Federal, em caráter de urgência, estarem sendo buscadas por Mato Grosso com vistas a assegurar segurança e tranquilidade às famílias, aos autônomos e às empresas, principalmente as médias, pequenas e micro, danos maiores poderão vir a ser amenizados.


O estudo da Economia da Saúde constitui-se, neste contexto, tema que recomendo aos pesquisadores da Economia, tendo por finalidade o auxílio aos Estados, Municípios e empresas.


O estado de Mato Grosso encontra-se em alerta devido ao coronavírus. Creio que seja difícil prever uma data de colapso na economia mato-grossense, isso porque foram estabelecidas medidas com vistas a controlar a propagação do vírus na região.

 

Notícia Max - O que as empresas devem fazer neste momento para evitar uma possível falência?


Fernando Tadeu - As empresas devem procurar assegurar junto ao Estado brasileiro garantias para que não venham a fechar as portas nem demitir os empregados.


Trata-se de um período que requer atenção especial de todos (estados, municípios, famílias, empresas), e a situação é delicada, pois envolve a saúde das pessoas, o bem estar social, a vida.


Notícia Max - O que acontecerá com os desempregados, trabalhadores autônomos, informais e pequenas empresas?


Fernando Tadeu - Uma hora menos intervenção do estado na economia, outra hora mais intervenção do estado na economia, assim tem caminhado a economia no cotidiano. O recado em minha opinião é o da volta do estado keynesiano na economia, ou seja, o retorno do estado intervencionista para que todos os setores saiam dessa crise real, contudo, na dependência da pandemia diminuir, questão essa de difícil previsão devido a expansão mundial da doença.


Notícia Max - Essa crise causada pela pandemia do Covid-19, trará mudanças futuras nas relações exteriores?


Fernando Tadeu - Este episódio mostra que o mundo encontra-se globalizado, que muitas fronteiras foram transpostas e que as relações exteriores continuarão sendo a chave da abertura de novos caminhos para os países, e que a herança portuguesa do diálogo, bastante presente na diplomacia brasileira, fortalecerá as conquistas. Com isso, o significado da diplomacia fica patente, bem como o trabalho realizado pelo Instituto Rio Branco no Brasil.


Notícia Max - Qual impacto econômico da pandemia no mundo?


Fernando Tadeu - Esta pandemia deve trazer como resultado a aproximação e o fortalecimento de novas ações culturais e solidárias, a certeza de que devemos estar mais juntos nas pesquisas científicas, nos trabalhos com a comunidade internacional, nas descobertas e na defesa da educação e do meio ambiente.


Notícia Max - Qual a previsão para recuperação econômica?


Fernando Tadeu - A recuperação econômica dependerá da extensão do problema, no entanto, uma coisa é certa, o crescimento econômico será reduzido, mas como trata-se de uma situação cíclica, como resultado, sendo bastante otimista, aposto para novas descobertas científicas na área da saúde, o trabalho de cada profissional de vez sendo realizado em casa, através do computador, os cursos a distância fortalecidos, as reuniões, via skype, com pesquisadores do mundo inteiro ampliadas, situação essa que vivenciei na Universidade de Delaware nos EUA, quando estive por um curto período de tempo, e que me oportunizou vivenciar de perto a internacionalização, professores e estudantes do mundo inteiro trocando e compartilhando conhecimentos.


Notícia Max - Qual conselho o senhor deixa para população neste momento?


Fernando Tadeu - Primeiro me solidarizo com as famílias de todos os países e do Brasil, que perderam pessoas da família e/ou amigos.


Segundo, o Brasil me preocupa nesse quadro pelo fato da saúde permanecer como desafio. Terceiro, parabenizo todos os profissionais de saúde e da imprensa do mundo e do Brasil, e cumprimento Cuba pela disposição em ajudar a Itália.


E, por fim, que dessa aprendizagem deixemos os "fazejamentos" e planejemos a saúde com projeções de curto, médio e longo prazos, incluindo as crianças, os jovens, os adultos e os velhos. Que a previdência venha a se fortalecer no Brasil, e que a pesquisa, a extensão, a cultura, e o esporte tenham investimentos garantidos, e que cada um que ler esta entrevista invista no estudo do Inglês e do Espanhol, passaportes para o mundo da inteligência artificial.

Fonte: Noticia Max