04/07/2017
Os impostos, taxas e contribuições pagos pelos mato-grossenses no primeiro semestre desse ano na comparação com o mesmo período de 2016 aumentaram em 11,5%. Entre janeiro e junho um montante de R$ 13,5 bilhões saiu do bolso da população do Estado e foi parar direto na contas do Governo, enquanto no ano passado esse valor estava em R$ 12,1 bilhões, no mesmo período. Os dados constam no Impostômetro, uma plataforma gerenciada pela Associação Comercial de São Paulo.
O cálculo total da arrecadação no país atingiu R$ 1,1 trilhão na última segunda (3), marca que foi alcançada com 19 dias de antecedência com relação ao ano passado.
Os valores arrecadados entre 1º de janeiro de janeiro e 30 de junho apresentam aumento anualmente desde 2010. Em Mato Grosso, os valores saltaram de R$ 6,1 bilhões, em 2010, para R$ 7,3 bilhões (2011), R$ 8,5 bilhões (2012), R$ 9,7 bilhões (2013), R$ 10,8 (2014), R$ 11,9 bilhões (2015), R$ 12,1 bilhões (2016) e R$ 13,5 bilhões (2017).
Apesar do aumento no valor arrecadado pelos Governos Municipais, Estaduais e Federal ter aumentado, a participação de Mato Grosso no valor total nacional se manteve em relação ao ano passado. Aproximadamente 1,2% das contribuições nacionais saem da conta dos mato-grossenses.
O site do Impostômetro separa as contribuições por nível, sendo que no Federal estão tributos como o Cide, Cofins, CPMF, CSLL, FGTS, Fundaf, IE, II, IOF, IPI, IR, ITR, Pis/Pasesp e Previdência. A nível estadual são cobrados o ICMS, IPVA, IR e ITCMD e por último, os municípios cobram encargos como o IPTU, ISS e ITBI.
Explicação
O economista Evaldo Silva, presidente do Conselho Regional de Economia de Mato Grosso (Corecon/MT), explica ao que o aumento anual dos impostos tem correlação com a situação em que os setores privados da economia se encontram.
“Se o mercado não registra crescimento em suas atividades, a tendência é que os impostos aumentem. O Governo precisa de receita para conseguir fechar as suas contas e sempre aumenta as tributações quando necessário. É uma questão inversamente proporcional. Mercado piora e imposto aumenta”, argumenta.
O profissional defende que os políticos precisam repensar a gerência arrecadatória, que está sufocando empresários e consumidores. Ele pontua que a Federação do Comércio, Bens e Turismo de Mato Grosso (Fecomércio/MT) está elaborando um estudo e uma cartilha justamente para propor uma sugestão para a questão.
Evaldo, que é superitendente da Fecomércio, conta que no documento estarão cálculos sobre o dinheiro que é desviado dos cofres públicos a partir da pirataria, por exemplo. A ideia da proposição é sugerir que o Governo invista em programas de controle para que um montante de cerca de R$ 36,4 bilhões, dinheiro perdido com os produtos falsificados, vá para os cofres públicos.
Por último, o economista pontua que medidas como o cálculo feito digital pelo Impostômetro são de grande utilidade, mas que o brasileiro ainda precisa de anotações impressas para conseguir enxergar a grande parcela do seu dinheiro que é transferida para o Governo.
“O consumidor brasileiro ainda não está consciente do montante que ele arca com impostos. Isso é verificado no número de pessoas que se individam por causa de cartão de crédito, que tem uma das taxas mais altas do mercado. Se a pessoa não pensa no uso do cartão, a tendência é que ela não reflita sobre os impostos das transações cotidianas também”, finaliza.
Fonte: Carlos Palmeira/RDnews