08/12/2016
Se você ganha R$ 1.000 por mês, R$ 80 desse valor são destinados à previdência e, à parte, a empresa em que você trabalha contribui mais ou menos com mais R$ 200.
São R$ 280 em seu nome na conta da previdência todos os meses.
Ao longo de 49 anos, serão - numa projeção crua - R$ 165 mil.
Mesmo considerando as perdas (inflação) e ganhos (juros, correção monetária) sobre o valor e sabendo que esse número não é exato, é razoável dizer que entregamos ao governo dinheiro suficiente para bancar uma aposentadoria com valor igual ao salário que temos atualmente por mais uns 13, talvez 15 anos. Guarda aí esse número.
Para o FGTS, seu empregador destina mais ou menos o mesmo valor que é descontado do seu salário para o INSS (8%). Ou seja, R$ 80 daqueles R$ 1.000.
Em 49 anos, serão 47 mil.
Agora vamos somar: 47 mil (FGTS) + 165 mil (INSS) = 212 mil (soma entregue ao governo)
Isso banca cerca de 17 anos de um salário igual ao que você tem hoje, no cálculo cru.
Agora pegue esses 17 anos e some aos 49 de contribuição. Você chegará ao cabalístico resultado 66.
A expectativa de vida do brasileiro hoje é de 73,6 anos. Assim, para usufruir de todo o valor que deu ao governo ao longo da vida profissional, você deve ter começado a contribuir aos 7 anos de idade ou terá que assistir a muito Globo Repórter para descobrir o segredo de longevidade dos japoneses e ultrapassar a média brasileira.
Se não é seu caso, minha sugestão é largar a carteira de trabalho, cair na informalidade e começar a guardar dinheiro embaixo do colchão, que é mais vantajoso.
P.S.: Sim, esse é um cálculo simplista e uma análise muito fria sobre o que significam a previdência e o fundo de garantia. Você pode argumentar que é com o caixa desses depósitos que fazemos mês a mês que o governo banca muitos dos seus gastos. O FGTS também pode ser sacado antes do tempo, se o trabalhador for demitido e quiser usar o dinheiro. E, se todo mundo parar de contribuir hoje, o estado brasileiro entra em colapso. Mas um dado não muda o outro e, para você, continua sendo um mau negócio.
Fonte: Opinião