28/03/2017
A Operação Carne Fraca, que revelou um esquema de corrupção envolvendo fiscais agropecuários federais e empresários do agronegócio no último dia 17/03, trouxe repercussão na mídia local. Embora Mato Grosso não tenha nenhuma empresa citada na operação, fato que foi considerado como positivo pelo presidente do Corecon, Evaldo Silva; os reflexos negativos a curto prazo já começaram a surgir. “Alguns frigoríficos reduziram o abate em até 20%. Isso é ruim porque gera um clima de insegurança no quesito emprego. Funcionários dessas empresas com certeza já começam a se preocupar”, frisou o presidente.
A entrevista concedida nesta terça-feira (28/03), abordou também os impactos a médio e longo prazos. “Alguns países que compravam a nossa carne restringiram a compra, como China e União Européia. No exterior, o que conta muito é a imagem e a credibilidade do produto. Exemplo disso é que o Brasil teve grande dificuldade em convencer potenciais compradores, de que o gado brasileiro estava livre da febre aftosa. Foi um trabalho de formiguinha, que levou décadas. Então, com certeza, uma operação como essa, acaba por trazer impactos que podem ser bastante significativos no que diz respeito à credibilidade do nosso produto lá fora”, avaliou Evaldo.
O presidente ainda ressaltou que o Ministro da Agricultura, Blairo Maggi, tem agora um grande desafio pela frente. “Será um trabalho político e diplomático afim de minimizar os danos para a economia brasileira. Os impactos financeiros só poderão ser mensurados daqui algum tempo, quando poderemos ver se o embargo continua ou se a situação poderá ser revertida, no que tange as relações comerciais, num período de tempo menor”, ponderou.
No ano passado, o Brasil exportou 14 bilhões de dólares em carne, o que representa 7,5% de todas as exportações brasileiras, ficando atrás apenas da Soja e do Minério de Ferro. Ao final da análise, o presidente Evaldo Silva fez questão de citar que a corrupção ainda é um mal que corrói a economia brasileira, onde os consumidores acabam sendo sempre os mais prejudicados.
A entrevista está prevista para ir ao ar nesta terça-feira (28/03), às 18h15, no MTTV 2ª Edição, na TV Centro América.